quarta-feira, 30 de abril de 2008

Wallpaper

Talvez hoje seja um dia completamente normal, ou então este dia nem se quer existiu. Não sei, perco-me na confusão dos pensamentos que, apesar de simples me confundem. Conseguirei eu conciliar isto tudo? Nem tudo o que nos parece fácil à primeira vista é, mas também ninguém me disse que a vida seria fácil, muito menos quando existe uma estranha e densa camada de pó ao meu redor. Sigo-me pelos meus instintos, estarei a ir na direcção correcta? No meio do pó difuso vou encontrando pedaços de papel queimados que, outrora me foram ajudando: estou a andar em círculos! Que posso eu fazer? Seguir em frente? Voltar para trás? Onde está a frente? E o atrás? Será que consigo distinguir o Norte do Sul? A minha bússola está desorientada. Alguém me pode ajudar? Não. Estou "sozinha", pelo menos nesta estrada cheia de pó. Sinto-me presa, mas ninguém me está a segurar; sinto-me como um animal enjaulado, mas não estou dentro duma jaula física: estou na jaula psicológica donde ainda não me consegui soltar. Estarei assim tão presa? Porquê? Vejo a nuvem de pó a ficar cada vez mais densa e penso: valerá a pena? Pensei que tudo fosse fácil de entender, mas... nem todas as coisas no mundo podem ser explicadas, mas sim sentidas! E, então ponderei que um final assim, era mais fácil de entender...

Crystalline

2 comentários:

Anónimo disse...

hammmm... A Crystalline que eu conheço presa? Há algo aqui que não encaixa, tu es sempre a primeira a soltar-se e a actuar... Mas percebo o que dizes, ja me encontrei assim xD

Anónimo disse...

Por vezes perdemo-nos no meio do pó, dos papeis outrora queimados, das bússolas estragadas e das jaulas sem grades, nem paredes, nem janelas... Se ao menos as grades sem paredes tivessem janelas, o vento removeria o pó e a cinza dos papeis queimados, o Sol mostrar-nos-ia o Norte e o Sul e as estrelas fariam com que nos sentissemos menos sós.

Mas não! Que ilusão! Sonho distante de um paraíso perdido...Porque uma jaula sem grades, nem paredes, também não tem janelas!...

Ah! Infelizes daqueles que com as palavras querem conquistar o Mundo! Infelizes daqueles que se perdem em grades de medo e insegurança! Infelizes daqueles que lutam por tudo e se cansam por nada! Infeliz de mim, que sou humana!... Que se salvem as criancinhas, ao menos essas não tem jaulas, têm castelos…

Realmente somos muito infelizes nalguns momentos, tão rídiculos que usamos as palavras como máscara e tornamos a nossa infelicidade um sentimento bonito. Como é possível? Só é possível para quem é feliz. Como eu. Como tu. Gostamos de brincar com as palavras e de nos irritarmos com a sua pequenez e mesquinhice perante o imenso oceano do nosso sentimento.


Não! Não estive a brincar, nem a gozar convosco, humanos que gostam de ler os comentários dos outros… Não estive a brincar para embelezar a infelicidade e a perda. Mas devia. Devia e devo. Sim! Vamos brincar e entrar no jogo, só assim podemos crescer e tornarmo-nos crianças. É o que todos devíamos ser quando somos grandes: crianças.
Olho em volta. Jaulas invisíveis, medo, desespero, tristeza, indignação, revolta, incompreensão, traição. Cresci e olho para dentro. Ah! Há qualquer coisa lá ao fundo…


Será uma janela?


Tudo é perfeito agora…
O pó e a cinza são uma coisa só. Para quê separá-los em “pó” e “papeis queimado”? O vento não pergunta o que leva…

E é tudo tão simples, quando estamos perante a contar as estrelas…
É tudo tão simples, para ti, Vanessa, que quando sorris deixas que os outros vejam o Sol da tua janela.



Gosto de ti.
Nunca estarás só: a tua janela é enorme.